Filipe Luís está fazendo história no Flamengo
No final deste domingo (16), o que realmente vai permanecer na memória não é o fato de o Flamengo ter mostrado um futebol ofensivo e propositivo contra um adversário que entrou em campo apenas para agredir, reclamar e criar confusão. Em algumas décadas, ninguém vai se recordar que, nessa data, Filipe Luís desejava atacar mesmo com a vantagem no placar, enquanto Mano Menezes, essa figura trágica que representa o que há de pior no futebol brasileiro, colocava um atacante como segundo lateral esquerdo.

O que ficará registrado na história não é o primeiro gol que foi mal anulado, tampouco a arbitragem duvidosa, que só expulsaria um atleta tricolor se ele atacasse um jogador rubro-negro pelas costas com uma dessas cadeiras de bar. Os gols desperdiçados por Plata e Luiz Araújo, a cera feita pelo time tricolor no primeiro tempo, e as reclamações da equipe tricolor quando Rossi decidiu fazer o mesmo no segundo tempo, cairão no esquecemento.

O que permanece é que o Flamengo conquistou, pela 39ª vez, o título carioca. Um campeonato que perdeu prestígio, uma competição que se tornou menos valorizada, uma pré-temporada que é tão requintada quanto um miojo é uma refeição sofisticada, servindo de termômetro para a trajetória da temporada da mesma forma que a opinião de um taxista serve como análise geopolítica. Apesar disso, exerce uma função esportiva, simbólica e até social, relembrando quem é o maior clube do Rio, não só do ponto de vista histórico, mas também no cenário atual.
É isso que compõe a história: taças, títulos e conquistas. No caso do Flamengo, essas conquistas geralmente são acompanhadas de maior posse de bola, um futebol mais agressivo e um número maior de gols. Isso não acontece porque é o correto ou o ideal, mas sim porque essa é a nossa identidade. O desejo de vencer com beleza, de balançar as redes, de proporcionar um espetáculo não é apenas um extra, mas sim uma característica comum entre quase todos os times rubro-negros que alcançaram grandes feitos.
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Esse parece ser o percurso que a equipe de Filipe Luís está seguindo. Até agora, conquistaram três troféus: uma Copa do Brasil, uma Supercopa e um Carioca quatro, se incluirmos a Taça Guanabara. Todas essas vitórias vieram de um Flamengo que se destaca por seu jogo dominante e ofensivo, sempre buscando não se acomodar, independentemente da vantagem que tenha ou do quão forte é o adversário.

É um trabalho que ainda está em sua fase inicial, com menos de seis meses, mas já demonstra um potencial para deixar sua marca na história, que no futebol, é realmente escrita por meio de conquistas e títulos. Isso vale tanto contra equipes que jogam de forma defensiva quanto contra aquelas que adotam um estilo mais agressivo. O que realmente importa é quem sairá vitorioso ao final. E hoje, assim como esperamos em todas as competições desta temporada, fomos nós.